Por Thamara Amana
A Prefeitura de Brumadinho participou na terça-feira (24/01) do Seminário “4 Anos da Tragédia-Crime e os Impactos em Brumadinho e Municípios Mineradores”, realizado pela Associação dos familiares das vítimas e atingidos pelo rompimento da barragem em Brumadinho (AVABRUM), no auditório da Faculdade ASA.
O Seminário aconteceu durante todo o dia e faz parte de uma das agendas propostas pela AVABRUM para denunciar o crime e fazer a luta por justiça, encontro e memória das 272 vítimas do rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho.
Para dar início aos trabalhos, compuseram a mesa representantes da AVABRUM, da Prefeitura de Brumadinho, do Ministério Público e da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais.
Edi Tavares, membro do Conselho Fiscal AVABRUM, apresentou vídeo institucional com depoimentos de membros da AVABRUM e parentes das vítimas e também sobre o projeto arquitetônico do memorial de homenagens às vítimas do rompimento da barragem em Brumadinho. A presidente da associação, Alexandra Andrade, fez um apelo por justiça e pelo encontro das 3 jóias ainda não encontradas.
“O intuito do seminário é realçar tudo que está se passando durante esses 4 anos da tragédia de Brumadinho, para que não haja mais crimes e tão pouco vítimas como tivemos em 2019. Nos reunimos para que nunca se esqueçam das jóias que se foram com o crime da Vale”, ressaltou a presidente.
Dra Ana Tereza, promotora de justiça de Minas Gerais, reconheceu a AVABRUM como uma inspiração para ela e para todos, e que se sente representada pela luta que a associação vem fazendo por Brumadinho. Destacou ainda, as ações que o Ministério Público vem fazendo ao longo desses 4 anos. “O MP se organizou numa força tarefa para tentar fazer frente à tragédia, que foram divididos em 3 núcleos (socioambiental, socioeconômico, criminal), até o resultado final o caminho ainda é pernicioso e demorado”, afirmou.
O Secretário Adjunto de Meio Ambiente de Brumadinho, também esteve presente e ressaltou que nada irá diminuir a dor das famílias das vítimas do crime cometido pela Vale, mas que agora “temos condições de acompanhar e fazer uma análise das obras de reparação que já foram realizadas e cobrar minuciosamente a execução das compensações da requalificação urbana do município”.
Para finalizar as atividades do dia, houve a Carreata por Justiça, partindo do Cemitério Parque das Rosas, com uma parada no Cemitério Municipal (Brumadinho), onde, em ambos, várias vítimas da tragédia-crime foram sepultadas. Depois, a carreata seguiu até o letreiro de Brumadinho, onde foi realizado um clamor por Justiça, Encontro e Memória e um momento de oração pelas famílias.
