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Produtores de Brumadinho apoiam projeto da cadeia da floricultura e reivindicam terra da Vale para plantar

17/04/2019 NOTÍCIA
Em Audiência Pública realizada no dia 16 de abril, na Assembleia Legislativa de Belo Horizonte, produtores rurais de Brumadinho disseram que querem voltar a plantar, apoiaram a iniciativa do projeto de incentivo a produção de flores, do deputado Coronel Coronel Henrique, PSL, mas reivindicaram o retorno imediato à produção de hortaliças e frutas até que o projeto seja efetivado. O foco seria o arrendamento de uma área pela Vale para acomodar, 24 produtores de oito propriedades que perderam absolutamente tudo na tragédia do dia 25 de janeiro. A produtora Adriana Leal Nunes, informou que, junto com meeiros e arrendatários, despachava dois caminhões diários de verduras de sua propriedade. “Tudo está debaixo da lama, inclusive nosso sonho. Sobraram dívidas com fornecedores e com financiamentos”, lamentou. Já o produtor Pascoal Moreira Filho, afirmou que ele e outros companheiros perderam o caminho por onde escoavam a produção. Os produtores presentes relataram o drama vivido depois da tragédia e frisaram que os R$ 15 mil oferecidos inicialmente pela Vale, além de um salário mensal, não foram suficientes para garantir a condição que eles tinham antes. A secretária de Agricultura, Desenvolvimento Econômico, Pecuária e Abastecimento de Brumadinho, Andressa Jardim, que representou o prefeito Nenen da Asa na audiência, acrescentou que outros agricultores do município, de áreas não afetadas pela tragédia, não conseguem vender a produção, diante de notícias falsas de contaminação. “E ainda temos 48 pessoas debaixo da lama, com risco de não terem um enterro digno”, lamentou. O subsecretário de Política e Economia Agrícola da Seapa, João Ricardo Albanez, explicou que a pasta está monitorando a qualidade de produtos como pescados e leite, bem como áreas de irrigação de hortaliças para detectar possíveis contaminações. “Em breve poderemos demonstrar a segurança desses alimentos”, afirmou. Vale faz detalhe da indenização - Marcelo Klein, gerente executivo da Vale, se comprometeu a encaminhar a proposta de arrendamento da terra para os produtores mais afetados. Ele falou ainda das ações desenvolvidas até agora pela companhia, inclusive da criação da Diretoria de Reparação, que atuará no Vale do Paraopeba e nas demais áreas evacuadas do Estado. Segundo ele, a proposta de indenização individual foi construída com a Defensoria Pública do Estado e já disponível para os atingidos, incluindo-se meeiros e arrendatários. “Os processos são individuais porque levam em conta situações específicas de cada vítima, como danos morais e materiais, perda de receita e lucro cessante”, explicou. “É uma opção para quem deseja uma solução rápida e extrajudicial. Os valores estão acima de toda jurisprudência histórica. E se as ações coletivas chegarem a um valor maior, os que optaram pelo acordo individual terão direito à diferença”, garantiu. Ainda de acordo com Marcelo Klein, após a finalização do processo, o interessado tem três dias para pensar antes de assinar. Depois de assinado, mais sete dias para voltar atrás, antes da homologação judicial. “A Vale não está pressionando ninguém a assinar”, reforçou.